Marketing Jurídico Digital

A mudança da OAB nacional diante da era digital!

A Live #FomeDeSaber teve como tema principal: A mudança da OAB nacional diante da era digital

A live teve como participantes: Eduardo Koetz, Alan Vital e Lucas Peixoto. A conversa iniciou com Eduardo apresentando os convidados: Lucas Peixoto, especialista em marketing jurídico, e Alan Vital, advogado e sócio da ADVBOX. 

Eduardo relembrou da live da quarta-feira passada (28/07/21) sobre a vitória das mudanças na publicidade da OAB.

Com as novas regras da OAB nacional, o que ainda não é permitido para o advogado?

Eduardo perguntou para Lucas, que iniciou dizendo que os advogados devem se prender à letra da lei. Antes, o Código de Ética reforçava que não podia ser feita chamada para a ação e mercantilização. No entanto, o marketing de conteúdo sempre foi permitido. 

O que é permitido agora está mais claro

O novo provimento trouxe uma clareza na comunicação para as pessoas entenderem inclusive o que de fato já era permitido.

Lucas disse que o novo provimento praticamente apenas balizou a interpretação. Apesar dos avanços, há ainda muitos temas genéricos. No entanto, a mudança ajuda a evitar absurdos, como aplicação de sanções ao advogado por postar foto com a família, por exemplo.

O provimento gera uma segurança maior ao advogado. Ao ler o que ele permite, o profissional sabe quais práticas de marketing podem ou não serem realizadas. 

A entrega de conteúdos jurídicos sem pedir nada em troca está descrita como permitida no provimento. Antes, isso não estava claro. Assim, muitos advogados evitavam entregar valor para os internautas.

Lucas afirmou que nunca viu alguém ser condenado por fazer algo que já era permitido. No entanto, a OAB é uma instituição política. Não dá para esperar que todos acertem. Contudo, não pode manchar a imagem da instituição por causa de alguns elementos. 

O convidado relembrou que, apesar da vitória do provimento, houve conselheiros que não demonstraram comprometimento com a causa. Teve temas, como os anúncios pagos, que geraram controvérsias na votação. 

No fim, terminou respondendo que o novo provimento é um avanço e atualizou o cenário. Mas, não podemos esperar que os problemas estejam resolvidos. Pelo contrário, a “velha guarda” ainda tem força. 

Ressaltou ao final que o que está permitido é o que funciona: agregar valor para o usuário. 

Provimento traz segurança na atuação da advocacia 

Alan, o segundo convidado, iniciou dizendo que as mudanças deveriam ter ocorrido uns quatro ou cinco anos atrás. A ideia do provimento é trazer uma uniformização para o país inteiro sobre o entendimento do que é permitido e proibido. 

Ele deu um exemplo. Antes, havia estados que permitiam o impulsionamento de anúncios e outros que não. Nesse caso, se o anúncio atingia alguém de um estado que proibia a prática, como era resolvida a questão? O provimento justamente traz uma segurança na atuação do profissional, regularizando tudo em âmbito nacional.

Ter essa uniformização valoriza a profissão e auxilia o profissional no dia a dia. Alan explicou que mais de 70% das demandas no Tribunal de Ética de São Paulo eram justamente relacionadas às dúvidas sobre o que podia e não podia ser feito como marketing na advocacia. 

O conhecimento é a solução

Alan relembrou que tanto os conselheiros tradicionalistas quanto muitos da jovem advocacia foram resistentes na aprovação deste provimento. 

Ele explicou que uma das barreiras que impedem a atuação na advocacia digital não necessariamente é o apego pelo tradicional, mas principalmente o desconhecimento sobre o assunto. 

Disse também que essa atualização das regras de publicidade não serão suficientes para resolver todos os problemas. No entanto, é uma maneira de indicar o que é permitido ou não. 

No fim, ressaltou que a ideia do provimento nunca foi de modificar a advocacia, mas apenas atualizá-la para uma nova realidade já imposta. A não mercantilização e a não banalização continuam sendo proibidas. O provimento anterior, que era de 2000, já estava defasado e não atendia a realidade atual. 

Faz sentido a OAB financiar a educação em marketing jurídico de consultores e jovens advogados?

Alan disse que isso é extremamente necessário. Antes do provimento, já foi criado um canal de denúncias, sem antes ensinar. A parte educacional deveria vir não apenas da OAB, mas das próprias faculdades, que possuem uma grade defasada. 

Aos mais antigos, é necessário uma atualização. Aos mais jovens, é importante orientá-los para poder entrar preparados no mercado de trabalho. 

E as barreiras, será que continuarão?

Lucas acredita que as barreiras que a OAB impõe continuarão presentes para limitar a atuação dos advogados em relação ao marketing. Há pessoas despreparadas na OAB que não entendem do assunto. Isso pode prejudicar os profissionais. 

A OAB deve fomentar esse tema internamente, trazendo-o para debate para preparar quem ficará a cargo dessa regulamentação.

Tanto que pensaram no Comitê regulador de marketing jurídico, o qual deveria ser para estudo ou ter um tom mais orientador, não repressor.

Lucas ressaltou que o retrocesso é barrado com a educação sobre o assunto. A instituição tem a obrigação de deixar tudo muito claro.

Se nem alguns dos conselheiros sabiam o que diziam sobre o provimento, imagina outros profissionais. O provimento é taxativo. Mesmo as regras estando expressas, podem ocorrer interpretações diferenciadas. 

O convidado disse ainda que, às vezes, as críticas sobre as técnicas de marketing e as barreiras não são por maldade, mas por desconhecimento. 

Criação do comitê regulador: bom ou ruim?

Alan explicou que depende das pessoas que estarão à frente desses comitês. A ideia é boa, desde que tenha pessoas capacitadas e com conhecimento sobre o tema. 

O grande ponto, para o convidado, é que de nada adianta ter uma equipe se ela não tiver conhecimento sobre o assunto.

Sobre o futuro da advocacia, da publicidade e do marketing: para vocês, quais são as novas tendências que os escritórios devem seguir para conseguir alcançar uma advocacia de sucesso?

Lucas afirmou que a tendência é saber quem você é, o que você faz, para quem faz e como faz. Estratégias existem aos montes. No entanto, é essencial entender bem o seu negócio. 

A maioria da advocacia é genérica. Quem é especialista no posicionamento, consegue atrair mais pessoas e até ser generalista na execução. 

Ele alegou que se posicionar é o primeiro caminho. Ressaltou que é essencial distinguir a pessoa física profissional da marca/pessoa institucional. A primeira se torna parte da segunda conforme o advogado cresce no mercado. 

Lucas reforçou veemente que é possível atuar em diversos segmentos. No entanto, o posicionamento do profissional precisa estar centrado em uma área. Relatou que, se o advogado tem estrutura, ele pode atuar em vários segmentos, desde que se posicione como especialista em relação à sua marca/pessoa institucional. 

Expôs que é preciso estudar mercadologia, posicionamento de mercado, conhecimento de persona, dentre outros assuntos. Recitou ainda que: 

“Entender o seu porquê é importante. Quem faz tudo não faz nada. Quem foca, expande”. 

De nada adianta realizar as estratégias que são tendências se a pessoa não entende esses aspectos comentados. 

Ainda, lembrou novamente que ser especialista no posicionamento permite ser generalista na execução. Advocacias mais segmentadas conseguem atrair mais. 

Lucas comentou que o tráfego pago pode ser uma tendência. No entanto, é preciso lembrar da ética. Não é permitido mercantilizar e colocar chamada para a ação. Ainda, reafirmou que sem conhecimento do negócio, os anúncios não trazem resultados. 

O convidado fez analogia com uma padaria. Para ser a melhor padaria da cidade, ela teve que se posicionar e entregar valor. A mesma coisa ocorre com a advocacia. 

O que mais pode ser tendência?

Eduardo perguntou a Alan. O convidado comentou que o provimento trouxe muitas questões sobre diversos temas. Contudo, os pilares da profissão se mantêm.

Impulsionamentos, softwares, dentre outras ferramentas, ajudam. Porém, de nada adianta tudo isso se o profissional não tiver um bom conhecimento da profissão. Esse seguirá sendo um diferencial.

Só entender do Direito não é suficiente, mas é a base. O conhecimento das tecnologias ajudará ainda mais. 

Por fim, mencionou que os softwares e as ferramentas impulsionam a qualidade do trabalho. Finalizou dizendo que a tecnologia não matará a advocacia, mas o advogado que não aprender a utilizá-la ficará para trás. 

Considerações finais

Lucas iniciou dizendo que os advogados são formados de forma “quadrada” na graduação para depois enfrentarem um mercado desconhecido. Para terem êxito, os profissionais precisam permitir-se entrar em um mundo diferente.

Ele disse que é preciso acompanhar as mudanças e ter referências para ter uma visão mais empreendedora na advocacia.

Alan comentou que a sociedade está passando por um momento de aceitação de uma nova realidade, que mudou e perdeu as esperanças no antigo. As advocacias tradicionais e os advogados formados nessa mentalidade antiga precisam aceitar essa nova realidade. No final, indicou o livro 21 lições para o século XXI. 

Eduardo terminou a live agradecendo a participação dos dois convidados e ressaltou que o marketing já foi muito mais difícil e já melhorou muito. Ainda, fez o convite para o Dia do Pindura da ADVBOX, na quarta-feira, dia 11 de agosto de 2021.

#FomeDeSaber

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TRIAL
Autor
Alan vital

Alan Vital é Advogado e Programador Front End, com Pós graduação em Direito Digital e Compliance, especialista em Marketing Jurídico e Gestão de Escritórios Digitais, além de membro de comissões da OAB e da Jovem Advocacia. Consultor da ADVBOX.

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