Direito e tecnologia: como alcançar resultados incríveis?
Direito

Opor Embargos de Declaração: um guia para a prática jurídica

Os Embargos de Declaração são um instrumento processual vital na prática jurídica brasileira, porém há muitas dúvidas quando o assunto é quando e como opor Embargos de Declaração.

Através deste artigo, vamos explorar em detalhes os procedimentos e momentos adequados para opor Embargos de Declaração e discutir as implicações de sua aceitação por um juiz.

É opor ou interpor Embargos de Declaração?

Primeiramente, é importante entender a terminologia precisa pois essa é essencial para a correta interpretação e aplicação da lei.

Assim, quando se trata da apresentação de Embargos de Declaração, tanto “opor” quanto “interpor” são termos tecnicamente corretos, mas há nuances importantes a considerar.

1. Interpor Embargos de Declaração

Nesse sentido, “interpor” é o termo mais comumente utilizado por profissionais do Direito ao se referir ao ato de apresentar Embargos de Declaração.

A razão para esta preferência é que “interpor” transmite com mais precisão a natureza do ato, que é a inserção de um pedido de esclarecimento ou correção dentro do fluxo processual já estabelecido.

Visto que, ao interpor Embargos, o advogado ou parte está, de forma proativa, solicitando que o juiz ou tribunal examine e resolva questões específicas na decisão que podem afetar o entendimento e a justiça do julgado.

2. Opor embargos de declaração

De outro lado, embora menos comum, o termo “opor” também é tecnicamente correto e pode ser encontrado em alguns contextos jurídicos.

Nesse sentido, opor Embargos de Declaração sugere a ideia de apresentar uma objeção ou um contra-argumento em relação a aspectos da decisão judicial.

Assim, esse termo pode ser utilizado especialmente em situações em que as partes sentem que a decisão proferida não abordou todos os pontos levantados ou apresentou contradições que necessitam de esclarecimento.

O que significa opor Embargos de Declaração?

Com todo o exposto, opor Embargos de Declaração significa formalmente solicitar ao juiz ou tribunal que esclareça, elimine ambiguidades, resolva contradições ou supra omissões em uma decisão já proferida.

Por isso, este recurso é crucial para garantir a compreensão da decisão em sua totalidade e para assegurar que todos os aspectos do caso sejam adequadamente considerados.

Cumpre salientar que, os Embargos de Declaração não visam alterar o resultado da decisão, mas assegurar que sua fundamentação e conclusões sejam claras e consistentes.

Quando se opor Embargos de Declaração?

Em continuidade, os Embargos de Declaração, conforme delineados no Artigo 1.022 do Código de Processo Civil (CPC), são um recurso processual utilizado para esclarecer dúvidas ou corrigir erros em uma decisão judicial.

Por isso, esse recurso é apropriado em diversas situações, tais como:

  1. Ambiguidade: utilizados quando a decisão judicial permite mais de uma interpretação. Os Embargos de Declaração buscam esclarecer qual o sentido correto, evitando mal-entendidos que possam afetar o cumprimento da decisão;
  2. Obscuridade: aplicáveis em situações em que a decisão é complexa e difícil de compreender. Aqui, o objetivo é tornar a decisão mais clara e acessível, garantindo que todas as partes entendam o seu significado e as implicações;
  3. Contradição: necessários quando a decisão contém aspectos que se contradizem. Por exemplo, se uma parte da decisão parece ir contra outra, criando um conflito interno na própria decisão que precisa se resolver;
  4. Omissão: também são apropriados quando a decisão judicial não aborda algum ponto fundamental a se considerar. Isso ocorre quando o juiz deixa de responder a um argumento relevante ou uma questão de fato ou de Direito trazida pelas partes.

Além disso, o Art. 1.022 do CPC especifica que é possível opor Embargos de Declaração quando há necessidade de corrigir erro material presente na decisão.

1. Prazo para oposição

Nesse ínterim, o prazo para opor Embargos de Declaração é geralmente de 5 dias a partir da notificação da decisão, conforme estabelecido no Art. 1.023 do CPC.

Portanto, é essencial que as partes ou seus advogados estejam atentos a este prazo, pois a falha em observá-lo pode resultar na perda da oportunidade de esclarecer ou corrigir aspectos importantes da decisão.

2. Processo e procedimentos

Continuamente, ao opor Embargos de Declaração, é necessário elaborar uma petição que especifique claramente os pontos de erro, obscuridade, contradição ou omissão na decisão.

Deste modo, se apresenta esta petição ao mesmo juiz ou tribunal que proferiu a decisão, iniciando o processo de revisão e esclarecimento dela.

Como opor Embargos de Declaração?

A oposição de Embargos de Declaração é um procedimento jurídico específico sendo fundamental seguir passos bem definidos para garantir a análise adequada do pedido pelo juiz ou tribunal. Abaixo, detalhamos cada etapa deste procedimento:

  1. Elaboração do pedido:
    • Identificação do documento: deve-se identificar o documento claramente como ‘Embargos de Declaração’;
    • Detalhamento dos pontos contestados: detalhar os aspectos específicos da decisão judicial que necessitam de esclarecimento ou correção. Deve-se expor cada ponto de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.
  2. Fundamentação do pedido:
    • Argumentação jurídica: a petição deve conter argumentos jurídicos sólidos que justifiquem o pedido de esclarecimento ou correção. Isso envolve referenciar as normas legais aplicáveis;
    • Precisão e clareza: as razões para os Embargos devem ser articuladas com clareza e precisão, evitando alegações genéricas ou irrelevantes.
  3. Protocolo do pedido:
    • Local de protocolo: os Embargos devem ser protocolados no mesmo juízo ou tribunal que emitiu a decisão original. É importante verificar se o processo está em uma instância superior;
    • Prazo: os Embargos de declaração devem ser opostos dentro de um prazo de 5 dias úteis após a notificação da decisão.

O que acontece quando o juiz aceita Embargos de Declaração?

A aceitação de Embargos de Declaração por um juiz é um passo significativo, pois indica a necessidade de revisão e esclarecimento de aspectos específicos de uma decisão. Abaixo, detalhamos o que acontece quando um juiz aceita os Embargos de Declaração:

  1. Novo julgamento dos pontos específicos:
    • Análise focada: o juiz concentra-se exclusivamente nos pontos de erro, obscuridade, contradição ou omissão levantados nos Embargos;
    • Decisão baseada no mérito dos Embargos: a decisão do juiz se baseará na validade dos argumentos apresentados. Se o juiz concorda que os pontos levantados são válidos, ele procederá com as alterações necessárias.
  2. Emissão de uma nova decisão:
    • Esclarecimento ou correção: a nova decisão emitida pelo juiz irá esclarecer ou corrigir a decisão anterior. Isso pode incluir a adição de informações, o esclarecimento de aspectos ambíguos ou a resolução de contradições;
    • Não alteração do mérito: é importante entender que a nova decisão não altera o mérito da decisão original. O propósito dos Embargos é clarificar e não modificar a conclusão fundamental da decisão.
  3. Caso de rejeição dos Embargos:
    • Manutenção da decisão original: se o juiz rejeita os Embargos de Declaração, a decisão original permanece inalterada. Nesse caso, não se considera que existam erros, ambiguidades, contradições ou omissões.
  4. Impacto no prazo de recursos:

Assim, uma vez emitida a nova decisão, os prazos recursais são reiniciados, dando às partes a oportunidade de contestar a decisão reformulada, se necessário.

Qual a importância dos Embargos de Declaração?

Diante do exposto, é fácil perceber que opor Embargos de Declaração é essencial para garantir a clareza e precisão nas decisões judiciais.

Por isso, compreender seu propósito, procedimento e consequências é crucial para advogados, estudantes de Direito e partes envolvidas em processos judiciais.

Portanto, ao manusear adequadamente os Embargos de Declaração, as partes têm a oportunidade de buscar um julgamento mais justo e fundamentado.

Mais conhecimento para você!

Por aqui estamos sempre abordando assuntos quentes e relevantes para os profissionais do Direito. Confira outros textos que também podem te interessar:

Alta produtividade na advocacia
Como criar o setor comercial do seu escritório de advocacia? Confira 7 dicas!
Software Jurídico: 17 critérios fundamentais para encontrar o melhor!
O que é a Controladoria Jurídica e como funciona
Escritórios com filiais, correspondentes e parceiros fixos
Advocacia baseada em dados
Automatize a produção de suas petições
Autor
Comunicação & Conteúdos

Equipe ADVBOX

Postagens Relacionadas