Legal design: veja os benefícios para a sua advocacia!

O legal design é uma tendência que tem revolucionado a maneira dos advogados prestarem serviços. Da mesma forma que o exercício da profissão muda constantemente, o jeito que o profissional se relaciona com o cliente e com o judiciário também.
Muitos podem não perceber, mas quem utiliza dessa estratégia pode se diferenciar no mercado e atrair mais clientes. Ademais, existem diversas outras vantagens em utilizar esse conceito no dia a dia da advocacia.
Por isso, no artigo de hoje, você conhecerá mais sobre o legal design. Acompanhe a leitura, entenda tudo sobre o assunto e veja como você pode aplicá-lo na prática no seu dia a dia!
O que é legal design?
O legal design é um campo que abrange três áreas do conhecimento: design, tecnologia e Direito. Seu conceito é inspirado no design thinking, que consiste em um processo diferenciado e inovador aplicado em diversos setores para encontrar soluções eficientes e resolver problemas.
Tanto o legal design quanto o design thinking tem o intuito de melhorar os produtos e serviços oferecidos, gerando, assim, mais empatia, engajamento e aumentando o valor agregado do que foi vendido.
Na área jurídica, o legal design pode ser utilizado para entender as demandas do cliente, testar soluções diferenciadas, dentre outras alternativas.
Ademais, pode ser aplicado para melhorar a comunicação com os clientes. Na prática, as pessoas acabam não entendendo o vocabulário jurídico. O conceito, então, pode auxiliar os profissionais a entenderem as dúvidas dessas pessoas e a buscar soluções para que elas compreendam o que o advogado deseja dizer.
Ao longo do artigo, você entenderá mais sobre as vantagens dessa prática no dia a dia do advogado.
Como funciona o legal design?
Para obter êxito na advocacia, é primordial que o advogado busque maneiras de melhorar a experiência do cliente. Isso significa que este deve ser o centro de toda a estratégia do escritório. Afinal de contas, clientes contentes voltam a fazer negócios e indicam o seu trabalho para conhecidos e amigos.
O legal design contribui para que o advogado coloque o cliente e as suas necessidades como o foco do seu negócio. Nesse sentido, é importante que os profissionais abram a mente para entender o conceito e aplicá-lo corretamente e de forma que agregue valor ao cliente.
O seu funcionamento não precisa ser complicado. O legal design pode ser utilizado em toda área do Direito e principalmente, em qualquer setor do escritório, não apenas nos jurídicos.
Seu processo envolve etapas, as quais você verá no próximo tópico.
Quais são as etapas do legal design?

Para implementar o legal design, é preciso observar algumas etapas antes da sua efetiva aplicação prática. Veja abaixo alguns passos para utilizá-lo no seu escritório!
Conhecimento do problema
O primeiro passo é identificar as necessidades dos seus clientes. Uma maneira de conseguir dados sobre isso é realizando uma escuta atenta ou pesquisas para entender o que eles precisam.
Lembre-se que o conceito pode ser aplicado dentro do escritório para melhorar a experiência entre funcionários. Para isso, basta ouví-los também.
Depois disso, é importante definir quem serão os responsáveis na implementação do legal design.
Observação
A segunda etapa consiste em entender, a partir dos dados levantados, o problema que deve ser resolvido. Para isso, pergunte-se: “qual é o problema que precisa ser solucionado?”
Ponto de vista
Ao encontrar o problema a ser resolvido, os responsáveis pela aplicação do legal design devem buscar as melhores soluções, pensando em maneiras de como resolver o problema identificado.
A criatividade deve fazer parte desse processo. Deixe que todos digam suas sugestões sem serem julgados pelo que disseram. Nessa etapa, não deve haver julgamentos e os colaboradores devem encontrar soluções diversas, e não focar apenas no que conhecem ou em práticas que não sejam tão efetivas.
Ideação
Depois da “chuva de ideias” promovida na etapa anterior e das pesquisas que devem ser realizadas durante o processo, o momento seguinte é de selecionar as melhores ideias, transformando-as em soluções tangíveis.
Modelo de solução
Nessa etapa, as ideias devem se transformar em possíveis soluções, processos internos ou modelos a serem implementados.
Validação das ideias
Esse é o momento em que são realizados os testes das soluções escolhidas.
Análise
Nesse último passo, é preciso mensurar e analisar os resultados. Dessa forma, o que foi implementado pode ser adaptado ou melhorado, caso seja necessário. É preciso ter atenção para realizar as melhorias sempre de modo a chegar na melhor solução.
Quais são as vantagens de utilizar o legal design?
Existem diversas vantagens em utilizar o legal design no seu escritório de advocacia. Veja abaixo alguns que comprovam que esse conceito pode auxiliar muito os profissionais do Direito!
Melhora a comunicação entre a equipe
Ao utilizar o legal design em relatórios ou documentos, a comunicação interna entre as equipes é melhorada. Dessa forma, evita-se desentendimentos, interpretações equivocadas, dentre outros problemas.
Melhora a comunicação com o cliente
Os advogados costumam escrever petições com grandes blocos de texto, termos jurídicos, frases e parágrafos longos, por exemplo. O legal design, por tornar as petições mais simples de entender, pode facilitar a comunicação com o cliente.
Dessa maneira, eles podem entender o que foi utilizado pelo advogado para embasar o pedido, encontram mais facilmente as informações que gostariam e conseguem sanar as dúvidas que possuem.
Agrega valor ao cliente
O legal design agrega valor ao trabalho do profissional. Ao ter uma boa experiência, o cliente sente que pagou por um serviço de qualidade, percebendo um maior valor ao serviço que recebeu.
Aumenta a satisfação dos clientes
Clientes que são bem atendidos e entendem o que o advogado fez para atender as suas necessidades, ficam mais satisfeitos. Pessoas felizes tendem a voltar a realizar negócios com o escritório e principalmente, fazer indicações dos serviços para outras pessoas.
Ao gerar boca-a-boca, a carteira de clientes aumenta, o que é um fator positivo para o aumento do lucro do escritório.
Facilita o trabalho do judiciário
São diversos os fatores que contribuem para que um advogado consiga êxito em um processo judicial, como: tese formulada, provas apresentadas, argumentação, dentre outros.
Embora o legal design não tenha a ver com esses fatores, ele pode auxiliar o judiciário. Ou seja, o advogado pode contribuir para o trabalho do juiz e fazer ele ter atenção aos pontos que você deseja destacar na sua peça.
Isso porque o profissional pode utilizar o conceito em suas petições para destacar argumentos, demonstrar provas e utilizar outros métodos para facilitar a leitura e a compreensão do magistrado sobre o que é mais importante na sua tese.
Quais são os objetivos?

Ao longo da leitura do artigo, você já deve ter entendido que o intuito do legal design é simplificar. Assim, o grande propósito desse conceito é auxiliar na tomada de decisões e na compreensão de documentos, por exemplo.
Quando aplicado de forma eficiente, pode auxiliar pessoas leigas a entenderem conceitos complexos e profissionais do Direito a compreenderem melhor o funcionamento da lei ou do poder judiciário, dentre outras situações.
O que NÃO é legal design?
O legal design concilia a utilização do Direito com o design e com a tecnologia. Diante disso, é muito comum encontrar entendimentos equivocados sobre esse conceito.
Alguns advogados mais tradicionalistas e conservadores ainda resistem em utilizar essa estratégia, alegando que isso desvaloriza a profissão do advogado, que é séria e exige certos formalismos.
Isso é um equívoco, pois em nenhum momento a profissão se desvaloriza, tendo apenas a ganhar. As vantagens do legal design fez com que muitos aderissem às técnicas para melhorar o seu trabalho.
Veja abaixo alguns dos pensamentos sobre legal design que não são verdadeiros!
Petições coloridas
Alguns pensam que aplicar essa estratégia consiste em deixar as petições coloridas e divertidas. Embora os documentos fiquem mais atraentes, escaneáveis e fáceis de ler, o objetivo não é focar na aparência das peças.
Utilizar cores, formas e imagens contribuem para o raciocínio e compreensão do leitor. Por esse motivo é que elas são incluídas no decorrer de uma petição.
Informalidade
Outro mito sobre o legal design é achar que ele se resume a ser simplista e informal nos documentos. As peças acabam sendo mais simples e minimalistas, mas nunca simplistas.
Na prática, envolve escrever de forma mais simples e clara, evitar frases e parágrafos longos, deixar de usar o latim e evitar a linguagem jurídica rebuscada. Tudo isso prejudica o entendimento do cliente e consequentemente, afeta na experiência dele.
Escrever sem esses vícios facilita a comunicação e deixa a explicação do Direito mais leve, fácil, rápida e assertiva.
Aumentar páginas
Alguns pensam que ao utilizar esse conceito, passarão a escrever menos e aumentar o número de páginas com a adição de figuras. Esse é outro equívoco, visto que o intuito é substituir apenas certas palavras por imagens para facilitar o entendimento e melhorar a experiência.
Colocar imagens aleatórias e tornar as peças coloridas sem objetivo polui visualmente o documento e pode causar o efeito contrário: fazer a pessoa levar mais tempo para entender o que foi escrito.
Usar figuras aleatórias
O legal design não consiste em utilizar imagens aleatórias nas peças, contratos e documentos. Não tem relação com deixar o documento divertido. Tudo o que é incluído deve ter um objetivo! Tudo deve ser pensado de modo a melhorar a comunicação jurídica.
Petição no Powerpoint
Por fim, outro mito que muitos acreditam é que o legal design se resume a fazer petição no Powerpoint. Desse modo, pensam que o que deve ser feito é: escrever frases curtas e simplistas, adicionar imagens, gráficos, figuras, vídeos e deixar o powerpoint colorido e atraente.
Imagine uma petição nesses moldes. Ela provavelmente não seria eficiente e não atenderia o seu objetivo.
O que é design thinking?
É fundamental falar também do design thinking, que é de onde surgiu o legal design. Em poucas palavras, consiste na metodologia de pensamento que pode ser aplicada em diversas áreas do conhecimento, podendo ser eficiente tanto para as engenharias e outras áreas das exatas quanto para o Direito e outras áreas das humanidades.
É utilizado para organizar as ideias de modo a facilitar a tomada de decisão e a busca por soluções inovadoras. Não se trata de um método específico, mas apenas de um conceito.
Isso significa que ele não traz uma fórmula para a sua aplicação, mas apenas cria condições que auxiliam na geração de insights e na sua aplicação prática.
O intuito do design thinking é fazer com que esse processo de ideação seja feito de forma coletiva e colaborativa, o que pode contribuir para gerar o máximo de ideias inovadoras possíveis.
O que é o visual law?
Além dos dois conceitos apresentados anteriormente, o advogado precisa estar ciente do que é visual law. Trata-se de uma subárea do legal design que tem como principal objetivo tornar o Direito mais compreensível e claro para as pessoas leigas no assunto.
Assim, utiliza-se de elementos visuais, como infográficos, gráficos, bullet points, vídeos, fluxogramas, gamificação, imagens, cores, storyboards, dentre outros recursos.
O intuito é fazer com que as informações jurídicas sejam simples, possibilitando que qualquer indivíduo seja capaz de entendê-las.
Nesse sentido, é o visual law que o advogado costuma ter mais contato na prática do seu dia a dia ao elaborar petições inteligentes e que melhorem a experiência do cliente.
A ADVBOX teve uma live que aborda esse assunto. Confira abaixo:
Como os advogados utilizam o design na prática?
Conforme a leitura do artigo, você já conseguiu identificar os momentos em que o legal design e o visual law são utilizados.
O primeiro pode ser utilizado sempre para simplificar processos dentro do escritório e melhorar a experiência do cliente, bem como nos momentos de pensar em soluções para problemas que aparecem no dia a dia da empresa.
Por outro lado, o visual law deve sempre ser aplicado para melhorar a estrutura de contatos, relatórios, petições, dentre outros documentos.
Lembre-se que esse conceito pode ser aplicado tanto nas peças processuais quanto em materiais extensos e complexos que serão entregues para outros colegas de profissão, por exemplo.
Inclusive, empresas podem utilizar o legal design sempre que tiver que entregar relatórios para um advogado ou escritório que se responsabilizará por alguma demanda jurídica do negócio.
Perguntas frequentes
Veja abaixo as perguntas mais frequentes sobre legal design!
O que significa legal design?
Legal design é o termo em inglês que significa design jurídico. Trata-se de uma abordagem criada nos Estados Unidos que tem como objetivo repensar a maneira de oferecer produtos e serviços no mercado jurídico, principalmente usando o conceito de design thinking.
Quais são as diferenças entre legal design e visual law?
O legal design se relaciona com o processo de procura diferenciada e criativa de soluções e ideias. Envolve a mudança de mindset, fazendo com que os profissionais pensem de forma criativa para encontrar soluções para o problema apresentando.
Por outro lado, o visual law é uma subárea do primeiro, e pode ser considerado como a manifestação prática e visual do que foi conquistado por meio do processo de legal design. Ademais, envolve muito a criação diferenciada de documentos e materiais visuais, tanto para facilitar o entendimento do assunto por outros advogados quanto para melhorar a compreensão do cliente.
O legal design mostrou ser uma ferramenta muito interessante para advogados melhorarem a relação e a comunicação na equipe, o que contribui para a produtividade e eficiência de todos os membros. Ademais, é um conceito muito eficaz para melhorar a experiência do cliente, que passa a compreender o que o profissional diz, agregando valor ao serviço prestado.
E se você gostou desse artigo, confira como evitar a desorganização e aumentar a receita do seu escritório!


Equipe ADVBOX