A Live #FomeDeSaber teve como tema principal: Inteligência Artificial e a Advocacia.
Como a Inteligência Artificial se insere na Advocacia?
Iniciamos a nossa Roda de Conversa com Fabricio Lira, convidado especial, explicando que a Inteligência Artificial em relação a área do Direito avança em diversos campos.
Isso pode ser exemplificado com o processamento em volumetria de documentos e interpretando conteúdos para informar a probabilidade do Direito, entre outros.
Dessa forma, a Inteligência Artificial pode ser definida como instrumento meramente estatístico.
Contudo, Fabricio esclarece o que a Inteligência Artificial não faz: tomar decisões, fazer julgamentos e ter a empatia da relação do advogado com o cliente.
A Inteligência Artificial proporciona o que é e o que pode ser feito, mas quem toma essa decisão é o profissional responsável.
À vista disso, Fabricio menciona que o advogado genérico irá usar a Inteligência Artificial para auxiliá-lo com as tarefas repetitivas que demandam pouco conhecimento do Direito, e mais interpretação em si.
Portanto, pode-se entender que o ser humano é importante na empatia, compaixão e no sentimento. Por outro lado, a IA é boa em volume, automatização e identificação de padrões. Isto é, ambos se completam.
Quais são as limitações do nosso cérebro?
Paulo Brincas, convidado especial, explica que o cérebro humano não foi desenvolvido para lidar com crescimento exponencial, mas sim com crescimento linear.
Isso serve também para a tecnologia que tem o crescimento exponencial.
Além disso, Paulo acredita que a Inteligência Artificial será a mãe, o ponto essencial, das mudanças da advocacia no futuro.
Por exemplo, o cliente chega com um caso concreto de determinada área do Direito. A partir disso, a IA atua primeiro, dimensionando o histórico de julgados deste assunto de forma detalhada e relatando a probabilidade de chance de ganhar o litígio.
Com isso, o advogado comunica ao cliente a porcentagem de ganho e perca do litígio e este decide se prefere ir em frente ou não.

O advogado tratará da parte da conexão com o cliente, humanidade, empatia, lidar com os sentimentos e entender o que aquela pessoa está passando, tendo em vista que isso a IA não terá como fazer.
Todo o trabalho e tempo de estudo do advogado para analisar o caso do cliente, procurar julgados e dar uma perspectiva de ganho da causa, será a Inteligência Artificial que fará.
Além disso, Paulo considera o prognóstico feito pela IA muito mais correto e garantido do que do cérebro humano.
Direito Consensual
Paulo aposta que a área do Direito do futuro será o Direito Consensual.
Isso porque será muito mais fácil tentar resolver os conflitos sem levar ao Poder Judiciário através de técnicas de mediação ou negociação.
Isso pelo motivo de que a partir do momento que o cliente tem os dados, informações e a probabilidade de ganho da demanda, ele pode repensar em entrar no Judiciário ou não.
Qual a vantagem de estabelecer um diferencial competitivo?
Fabricio menciona que o diferencial ou competitivo possuem dois sentidos.
Sendo assim, o primeiro sentido é a otimização e redução de custos.
Já o segundo sentido é a oportunidade de você oferecer novos serviços. Isto é, oferecer serviços de aconselhamento, diagnóstico mais sofisticado, entre outros.
Fabricio conta que os especialistas chamam isso de otimização de custos e geração de novas receitas.
Advogados ficarão sem trabalho com a Inteligência Artificial?
Nessa mesma linha de raciocínio, Fabricio acredita que os advogados não irão ficar sem trabalho por causa da Inteligência Artificial.
Isso porque existem muitos advogados que realizam tarefas que não são ligadas necessariamente ao Direito, como as tarefas administrativas.
Dessa forma, com a inclusão da Inteligência Artificial para realizar estas tarefas não técnicas, esses advogados estarão liberados para se dedicarem a tarefas técnicas que exijam conhecimento do Direito.
Inteligência Artificial de 2ª geração
Paulo menciona que a Inteligência Artificial de 2ª geração corresponde ao tratamento de dados de áreas profissionais que já tem esses dados organizados, como por exemplo a área jurídica e médica.
Isto é, as áreas profissionais já tem os dados compilados e organizados, só não tem o tratamento dado pela Inteligência Artificial.
Dessa forma, Paulo acredita que a Inteligência Artificial de 2ª geração possa ser aplicada pelo Direito, impactando no dia a dia do advogado.

Domínios do Direito
Fabricio relata que o Direito é composto por muitos domínios, sendo várias disciplinas dessa área.
Sendo assim, considera que a responsabilidade do treinamento da Inteligência Artificial é enorme. Contudo, essa responsabilidade tem um papel de levar conhecimento científico para as outras ciências.
Mas afinal, qual a diferença do conhecimento científico e o conhecimento do Facebook?
Como se constrói uma verdade científica?
Fabricio responde que o conhecimento científico é um conhecimento comprovadamente verdadeiro.
Isto é, os rótulos de internet, bem como a Inteligência Artificial, para serem confiáveis, transparentes e terem ética, dependem de que os dados de interação sejam categorizados com competência. Dessa forma, gera-se confiança.
Isso pode ser exemplificado com uma pessoa que não tem competência na curadoria da informação, e, assim, não tem nenhum resultado que seja razoavelmente confiável.
Esse é o ponto essencial da tecnologia: como estabelecer um processo de curadoria cientificamente válido que gere confiança, igualdade e inclusão? Afinal, sem isso a sua marca pode desaparecer.
Alexa como prova testemunhal
Fabricio relata que nos Estados Unidos, a Alexa, assistente virtual desenvolvida pela Amazon, foi usada como prova testemunhal em um crime.
Isso porque ela capturou um diálogo em determinado ambiente. Deste modo, foi admitida como prova testemunhal.
O que esperar da Inteligência Artificial no futuro?
Fabricio considera que não terá uma única especialidade da Inteligência Artificial que terá maior impacto no futuro.
Acredita que iremos começar a experimentar uma Inteligência Artificial que consegue navegar entre campos do conhecimento e formular hipóteses, interagindo com os humanos de uma forma compreensiva.
Nessa mesma linha de raciocínio, complementa que a chegada da Inteligência Artificial tem provocado movimentos de aproximação entre as ciências.
Além disso, tecnologia sempre esteve afastada e desconectada das outras ciências. Com a chegada da IA, esta trouxe a tecnologia para perto das outras ciências, bem como da economia.
#FomeDeSaber
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