Parcerias na Advocacia: Vale a pena?
Parcerias e Filiais

Parcerias na Advocacia: Vale a pena?

As parcerias na advocacia podem ser o caminho que você está procurando para crescer rapidamente sem aumento dos custos. No entanto, é fundamental estudar bem para entender se vale a pena realizá-las.

Mas a verdade é que a resposta quase que certamente será sim, na grande maioria dos casos as parcerias na advocacia são vantajosas. Porém, depende muito de quem é o parceiro. Isso porque para uma parceria dar certo é preciso de três fatores:

  1. Empenho mútuo do início ao fim;
  2. Responsabilidade com as tarefas;
  3. Recorrência.

Não se trata simplesmente de “pegar causas que o escritório não tem quem saiba fazer”, mas sim de estabelecer um grupo de trabalho especializado naquele segmento.

Ademais, também não se trata de pegar uma (ou poucas) causas de forma esporádica. Isso até pode ser feito, mas a lucratividade não é relevante.

Acompanhe o restante do post para compreender mais sobre esse assunto!

Como conseguir parcerias na advocacia?

Realizar parcerias com escritórios de advocacia exige uma análise aprofundada para verificar se eles podem ser bons parceiros ou não.

Esqueça a ideia de que é preciso fazer acordos com grandes bancas, nem sempre essa estratégia pode funcionar. Inclusive, uma parceria com um negócio menor pode até ser mais proveitosa.

Uma boa dica é buscar advocacias que tenham o mesmo tamanho que a sua. Grande parte das vezes, elas possuem o mesmo objetivo de crescimento que você. Desse modo, é possível encontrar parceiros com o mesmo grau de ambição e necessidade. Assim, a parceria pode ser mais equilibrada e promissora. 

Parcerias na advocacia com concorrentes: fazer ou não fazer?

Não pense no seu concorrente apenas como um “inimigo” que oferece os mesmos serviços que você no mercado. Realizar parcerias com eles pode até ser interessante, pois ambos podem trabalhar em conjunto para fortalecerem suas respectivas marcas.

No início, pode até ocorrer redução dos seus lucros. Contudo, no longo prazo, o retorno pode ser satisfatório. O motivo para fazer parcerias com seus concorrentes é simples: ambos possuem os mesmos objetivos e um pode auxiliar o outro na troca de conhecimentos e experiências.

Dicas para realizar boas parcerias na advocacia

Existem três premissas que você pode seguir para conseguir realizar boas parcerias com escritórios de advocacia.

A primeira delas é demonstrar o seu diferencial. O mercado já está muito competitivo e é fundamental buscar meios de se diferenciar. Seu escritório pode, por exemplo, ser especialista em um determinado tipo de demanda e utilizar isso a seu favor. 

A segunda dica é fazer o seu marketing jurídico. Além de pensar em estratégias para atrair clientes, você pode ser visto como autoridade na sua área até por seus colegas. Por isso, entregue conteúdo para comprovar que você entende do que faz.

Por fim, a dica principal é: procure bem os seus parceiros. Analise os escritórios, os objetivos dele, se eles são acessíveis e, se possível, procure por outros profissionais que já fizeram parceria com eles para poder formar uma opinião mais embasada. Assim, você consegue selecionar as melhores alternativas.

O que é parceria com advogado?

Muitos podem confundir e pensar que parceria na advocacia é apenas um profissional que indica seu parceiro para clientes que precisam de demandas na área de atuação dele e vice-versa.

No entanto, não se restringe a isso. A parceria pode ocorrer quando um advogado ou banca se une a outros para suprir certas necessidades do escritório. 

Por exemplo, um escritório trabalhista pode fazer parcerias com um que seja empresarial a fim de atender essa área. Além de conseguir atrair mais clientes, pode aumentar a sua exposição no mercado.

Parcerias na Advocacia: Vale a pena?
Parcerias na Advocacia: Vale a pena?

Como funciona uma parceria entre advogados?

Não é possível firmar parcerias na advocacia sem a análise da lei sobre o assunto. Existem regras da OAB que precisam ser seguidas para elas funcionarem legalmente. 

Por exemplo, se a sua parceria consistir em ter bons advogados associados para cuidar de demandas que o seu escritório não patrocina, é importante entender os direitos desse profissional, a fim de evitar prejuízos a ele e à banca. 

Um advogado associado, ao contrário de um celetista, não pode ser tratado como um empregado. Desse modo, é vedado exigir não-eventualidade, subordinação, horários fixos, dentre outros que configuram uma relação trabalhista. 

Se sua banca descumprir os regramentos o profissional pode reclamar seus direitos na justiça. Além disso, essa é uma maneira de desvalorizar a profissão. Lembre-se que a valorização também depende da atitude dos próprios profissionais com seus colegas.

Inclusive, se você deseja trabalhar dessa forma, confira o contrato de prestação de serviços advocatícios entre advogados

Toda parceria precisa de um contrato que resguarde os direitos e deveres das partes. Mesmo que a parceria seja entre dois escritórios, é importante redigir um documento que preveja as regras: o que é vedado, o compromisso que ambos devem ter, valores, dentre outros aspectos. 

Como trabalhar como advogado internacional?

Um advogado ou um escritório no Brasil pode realizar parcerias com bancas de outros países. Inclusive, essa prática já é adotada por diversas advocacias, principalmente no Brasil.

Por exemplo, um advogado internacionalista de Direito de Família brasileiro que atua nos Estados Unidos acaba fazendo parcerias com outros profissionais que estão em território brasileiro.

Outro exemplo muito comum são os escritórios de Direito Empresarial ou Direito Tributário que realizam parcerias com advocacias nos países em que seus clientes costumam fazer negócios.

Entretanto, lembre-se de pesquisar bem para ter bons parceiros. Pense no seu objetivo com a parceria e se ela é benéfica e interessante para ambos. Além disso, realizar um contrato também é fundamental. 

Como fechar parceria com advogados?

Ao montar parcerias na advocacia é preciso ter em mente que ela deve ser planejada para durar. Ou seja, um fator essencial para as parcerias na advocacia é a recorrência.

Sim, precisa ser duradoura e recorrente.

Isso porque a criação de um fluxo de trabalho em conjunto com outro escritório de advocacia demanda tempo e prática para funcionar.

Ademais, a atuação em parceria certamente reduz a margem de lucro em comparação a uma ação feita totalmente pelo escritório.

Porém, criado o fluxo de trabalho e estabelecido um bom volume recorrente de ações (ao menos de 3 a 5 por mês) a parceria começa a valer a pena.

Como dividir honorários advocatícios entre advogados?

É importante saber como um escritório pode ser beneficiado financeiramente com as parcerias na advocacia para que a divisão dos honorários seja justa.

Imagine um escritório que tenha despesas (custos e investimentos) em torno de R$120 mil em um ano (R$10 mil por mês), e que em média assuma causas que tem custo de R$100,00 por mês cada processo.

Com este orçamento somente conseguirá assumir 100 processos, pois sua operação estará muito cara, já que poucos casos aumentam o peso do custo fixo (aluguel, anuidade da OAB, computadores, softwares, contas mensais, etc).

Se cada processo gerar em média R$ 5.000,00 de honorários ao final de 1 ano (incluindo processos perdidos), o valor gerado será de R$8.800,00 por processo, totalizando R$ 440.000,00.

Mas, se assumir uma parceria onde as tarefas e despesas são divididas meio a meio, teoricamente conseguirá dobrar o número de processos para 200, sem aumentar os custos fixos do escritório.

Neste caso, o custo por processo cairá pela metade. Isso porque com o mesmo valor o escritório dobrará seu estoque de processos (de R$100,00 para R$50,00) e também reduzirá em cerca de 50% por dividir o trabalho entre duas bancas (de R$50,00 para R$25,00).

Quais são os custos de um processo?

´Para reduzir os custos de um escritório é preciso entender a lógica aplicada acima. Com isso, é possível reduzir em 4 vezes seu investimento para obter metade dos honorários. Na ponta do lápis, é o dobro do ganho.

A métrica de CPP – Custo Por Processo – reduz ao aumentar o estoque e também reduz com o aumento da produtividade.

Ademais, o escritório não estará assumindo dívidas trabalhistas e aumentando o passivo de impostos, pois não aumentará os custos com folha de pagamento.

Se manter a média de R$ 5.000,00 de honorários, ao final o resultado será igual, ou seja, de R$440.000,00. Porém, com 25% do investimento.

É uma vantagem extraordinária.

Se fizermos o outro raciocínio, com investimento dos R$10.000,00 reais iniciais, o escritório se capacita para atender não 200 processos com o mesmo custo (o que seria a lógica matemática) mas o dobro! 400 processos.

É só calcular R$25,00 x 400 = R$ 10.000,00.

E não paramos por ai.

Todos os administradores e economistas sabem que procedimentos de produção divididos e especializados rendem mais em menos tempo (linha de produção).

Entretanto, se o procedimento for bem construído, a especialização (um focando na prospecção e outro na produção) pode alcançar 500 ou até 600 processos com a mesma equipe e o mesmo investimento.

Este é um efeito normal da especialização e por isso que é importante pensar em parcerias de longo prazo.

É por este motivo que bancas gigantescas possuem sistema de parcerias e tem elas como uma estratégia impactante no crescimento, atraindo e envolvendo muitos advogados sem assumir custos antecipadamente.

O que não pode faltar em um contrato de parceria?

É importante que fique claro o papel que seu escritório ter em um contrato de parceria. Em um modelo simples de parceria, seu escritório será prospector ou receptor.

Se trabalhar como prospector buscando a especialização na área comercial e no atendimento, o escritório empenhará todos os esforços na aquisição de clientela, deixando o trabalho de produção jurídica para o parceiro.

Por outro lado, na condição de receptor, o escritório trabalhará com foco na produção jurídica e acompanhamento processual.

Para muitos, esse tipo de parceria parece não fazer sentido. Foi isso o que você pensou?

Entretanto, é exatamente o contrário.

Esta é a forma mais eficiente de obter escala, conseguir ampliar o volume de processos e alcançar um estoque formidável.

Como montar uma rede de parceiros?

Após estabelecer a primeira parceria recorrente, a tendência é que ambos os escritórios busquem ampliar essa estratégia com novos parceiros.

De um lado, o escritório prospector explora os outros problemas do cliente em outras áreas do Direito, necessitando de outro escritório especializado. Do outro, o escritório receptor mais organizado, vislumbra a possibilidade de ampliar seu estoque com novos parceiros na sua área.

É dessa maneira que a rede de parcerias na advocacia vem crescendo aceleradamente nos últimos anos.

Como fazer compartilhamento online de processos?

No princípio, pode parecer que não é necessário, mas logo com algumas dezenas de processos fica evidente a necessidade de um software adequado.

Contudo, compartilhar a mesma conta entre dois escritórios é inviável, e é por isso que foi criado o compartilhamento de processos.

São duas contas diferentes, de escritórios distintos, que cadastram a parceria, como se fosse uma solicitação de amizade em rede social.

Após a confirmação, é possível compartilhar o processo cadastrado, seu histórico e arquivo de documentos e demais informações.

Com isso, a medida que ganha escala, sua operação inteira estará bem organizada e você evitará perdas em relação a falta de informação. Na medida que ocorrer qualquer pagamento ou a finalização de qualquer processo, você será automaticamente avisado.

Estas dicas também podem valer para quando seu escritório está se desenvolvendo no modelo de filiais.

Se quiser saber mais sobre como estruturar um sistema de filiais na advocacia sem arcar com enormes custos de software, mas deixar suas sedes interligadas, leia os posts a seguir:

Como fazer gestão de parcerias?

A gestão do escritório como um todo é fundamental para manter o negócio produtivo e funcionando conforme o planejado. 

Quando se faz parcerias, é preciso ter um controle dos processos que são feitos em conjunto, do lucro e da divisão dos honorários. 

O software jurídico da ADVBOX permite realizar o controle dos processos judiciais e seus respectivos prazos, bem como o das finanças do escritório. Além disso, ele facilita o trabalho do advogado no momento de cobrar os honorários.  

Além desses detalhes, a banca precisa ter um controle das parcerias realizadas. Se não houver um bom gerenciamento delas, o risco de perder o controle é grande, principalmente se for firmado diversas alianças entre escritórios e profissionais.

Considere fundamental fazer esse controle para ver quais são as parcerias que estão dando certo, as que não trazem resultados, os profissionais que cumprem com o combinado, dentre outros. 

Se a parceria for com a contratação de advogados associados e eles trabalharem alguns dias no seu escritório, utilizar o software jurídico para verificar a produtividade deles em relação aos serviços pode ser interessante. 

Inclusive, o ADVBOX possui um Sistema de Pontuação por Tarefas que facilita essa análise, dando a possibilidade de atribuir uma nota para cada serviço realizado pelos colaboradores.

Sendo assim, a gestão de parcerias na advocacia precisa ser feita constantemente. A melhor maneira é utilizar um software jurídico para manter o controle dos honorários, do lucro e analisar os dados dos processos feitos para verificar se as parcerias firmadas realmente trouxeram resultados. 

TRIAL
Autor
Eduardo Koetz

Especialista em Gestão de Escritórios de Advocacia e CEO da ADVBOX

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