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Advocacia

A uberização na advocacia

Com o advento da tecnologia, um fenômeno facilmente observado nos últimos anos é a uberização. Ele tem ocorrido em diversos tipos de serviço. Neste artigo, vamos explicar melhor como ele funciona e como a advocacia tem lidado com essa questão.

Boa leitura!

O que é o processo de uberização?

O processo de uberização é um fenômeno econômico e social que ganhou destaque nas últimas décadas, transformando a maneira como diversos setores operam. 

Dessa forma, o termo é derivado da Uber, a famosa empresa de transporte por aplicativo. Ela revolucionou a indústria de táxis ao oferecer uma plataforma digital que conecta motoristas independentes a passageiros em busca de viagens.

No entanto, o conceito de uberização não se limita apenas ao transporte. Ele se estende a uma variedade de setores, como hospedagem (Airbnb), entrega de alimentos (iFood), serviços domésticos (TaskRabbit), aluguel de bicicletas e scooters (Lime e Bird), entre outros. 

Então, o cerne desse processo é a criação de plataformas digitais que conectam prestadores de serviços autônomos a clientes em busca desses serviços, geralmente em tempo real e por meio de aplicativos móveis.

As principais características do processo de uberização incluem a flexibilidade para os trabalhadores independentes, a conveniência para os consumidores, a transparência nas transações, a avaliação mútua entre prestadores de serviços e clientes, e a utilização intensiva de tecnologia para gerenciar e facilitar as interações.

Porém, esse fenômeno também gera debates e desafios. Questões como direitos trabalhistas dos prestadores de serviços, regulação do mercado, segurança e privacidade dos dados são frequentemente discutidas. 

Além disso, a uberização pode levar à desigualdade de renda e à precarização do trabalho em alguns casos.

Em resumo, o processo de uberização representa uma mudança significativa na economia e na forma como as pessoas acessam e oferecem serviços. Ele oferece benefícios em termos de comodidade e escolha, mas também levanta questões importantes sobre a regulamentação e os direitos dos trabalhadores.

O que causa a uberização do trabalho?

A uberização do trabalho é um fenômeno que tem suas raízes em várias forças e tendências sociais e econômicas. Várias causas contribuem para o surgimento desse modelo de trabalho flexível e sob demanda. Veja algumas delas:

  • Tecnologia digital: a proliferação de smartphones e acesso à internet em todo o mundo permitiu o desenvolvimento de aplicativos e plataformas digitais que conectam prestadores de serviços a clientes de forma rápida e eficiente. Dessa forma,  facilitou a expansão do modelo de trabalho sob demanda, tornando-o acessível a um público mais amplo;
  • Mudanças no comportamento do consumidor: os consumidores passaram a valorizar mais a conveniência e o acesso imediato a serviços. Sendo assim, a possibilidade de solicitar um carro, comida ou um serviço de limpeza com alguns toques no smartphone atende a essa demanda por comodidade;
  • Flexibilidade e autonomia: a uberização oferece a oportunidade de trabalhar quando e onde desejam, permitindo que as pessoas sejam donas de seus horários;
  • Pressões econômicas: em muitos lugares, as pressões econômicas, como o desemprego ou a busca por renda adicional, levam as pessoas a buscar oportunidades de trabalho sob demanda para complementar sua renda ou como uma alternativa de emprego;
  • Empreendedorismo: a uberização do trabalho permite que muitos indivíduos atuem como empreendedores independentes, administrando seus próprios negócios e construindo sua clientela.

No entanto, é importante notar que a uberização do trabalho também levanta questões sobre os direitos dos trabalhadores, a segurança no emprego, a proteção social e a regulamentação do mercado de trabalho. 

Sendo assim, à medida que esse modelo de trabalho continua a evoluir, é essencial encontrar um equilíbrio entre a flexibilidade desejada pelos trabalhadores e a proteção de seus direitos e bem-estar.

Quais são os problemas da uberização?

A uberização do trabalho, embora tenha oferecido inúmeras vantagens, como maior flexibilidade e conveniência, também gerou preocupações significativas.

Um dos principais problemas associados à uberização é a precarização do trabalho. Muitos trabalhadores nessa economia são classificados como autônomos, o que os exclui de benefícios trabalhistas e proteções sociais, como seguro de saúde, aposentadoria e licença remunerada. 

Dessa forma, isso resulta em uma maior insegurança econômica para esses profissionais, que frequentemente enfrentam variações salariais substanciais e falta de estabilidade no emprego.

Além disso, a uberização pode contribuir para a desigualdade de renda, já que a remuneração varia consideravelmente entre os trabalhadores. 

Isso cria uma divisão entre aqueles que conseguem acessar trabalhos bem remunerados e aqueles que não conseguem, exacerbando as disparidades sociais e econômicas.

Além disso, a regulamentação em muitos setores uberizados é inadequada, o que pode levar a práticas injustas, como a falta de pagamento justo e o desrespeito aos direitos dos trabalhadores.

A concorrência desleal com empresas estabelecidas também é um problema, já que trabalhadores independentes muitas vezes competem diretamente com empresas tradicionais. 

Com isso, muitas vezes eles não têm as mesmas regulamentações e responsabilidades. Isso pode prejudicar as condições de trabalho e criar desequilíbrios no mercado.

Em última análise, a uberização do trabalho tem vantagens, mas também levanta sérios desafios que requerem atenção e regulamentação adequada para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam protegidos e que os impactos negativos sejam mitigados. 

O equilíbrio entre flexibilidade e proteção é, portanto, essencial para resolver essas questões.

Visão do Direito do Consumidor e Direito do Trabalho

Quando se trata de Direito do Consumidor, existem algumas questões a serem consideradas. São elas:

  • Estamos diante de uma relação de consumo? 
  • Quem é a parte mais fraca? 
  • Somos nós ou o motorista perante a empresa? 
  • O motorista teria uma relação de consumo com o aplicativo?

Sendo assim, se tratando da esfera trabalhista, muitas pessoas defendem que, quando se trata de motoristas da Uber, existe um vínculo de trabalho. 

Em contrapartida, outros cidadãos defendem não entender tal vínculo, tendo em vista que o profissional trabalha com muito mais liberdade do que em um “trabalho convencional”.

Na live sobre Uberização da ADVBOX, Rodrigo Marques complementa que não há certo ou errado. Para ele, estamos em processo de construção, nos adaptando às inovações tecnológicas e como elas se posicionam diante do que já temos no mundo.

Você pode conferir a live completa pelo link abaixo:

Implicações da Uberização na vida das pessoas

Pode-se afirmar que a uberização do trabalho reflete o cenário atual do mercado de empregos. A interação virtual já fazia parte do cotidiano de todos, mas sua importância aumentou devido à pandemia de Covid-19.

O teletrabalho, que já era uma prática existente, foi oficializado como uma opção na Reforma Trabalhista, permitindo a flexibilidade de horários e a desregulamentação do tempo de trabalho. 

Isso significa que o teletrabalho era uma prática comum, mas a pandemia da Covid-19 acelerou a transição da maioria dos profissionais que podem executar suas funções de forma remota, através de meios virtuais.

Portanto, ao abordar a mobilidade, é inevitável mencionar os motoristas de aplicativos, que se tornaram uma realidade no uso de tecnologia e inovação por parte das empresas para seus funcionários.

Uberização da Advocacia

Fica evidente, portanto, que a tecnologia está permitindo uma modificação social onde mais pessoas estão fazendo a sua própria renda. Na advocacia não é diferente. 

Quando observamos os profissionais do Direito e consideramos o impacto social que eles têm, surge a questão: isso é desejável? É benéfico para a sociedade?

Se a resposta for afirmativa, é crucial ter cautela ao utilizar estratégias de marketing. Isso ocorre porque já estamos testemunhando uma automatização crescente no campo do marketing, onde advogados são pressionados a criar conteúdo para se manterem relevantes no mercado.

No entanto, é importante destacar que os advogados não estão obrigados a marcar presença na internet para serem competitivos no mercado atual.

Quando discutimos a uberização, é importante reconhecer que isso não implica necessariamente em uma mudança substancial na relação de emprego.

A divisão de classes sociais dentro da comunidade de advogados reconfigurou profundamente as dinâmicas profissionais, especialmente nas áreas de litígios em larga escala e em escritórios de advocacia corporativos.

A externalização de serviços legais se tornou uma prática comum na contratação de advogados correspondentes em todo o Brasil, ampliando o mercado. No entanto, muitas vezes diminuindo os honorários, inclusive para profissionais que não possuem a habilitação necessária da OAB.

Isso tem resultado em uma acentuada precarização das condições de trabalho na advocacia.

A fim de proteger os interesses dos grandes escritórios corporativos que contratam correspondentes em grande escala para lidar com ações trabalhistas e tributárias, a OAB e o governo estabeleceram a figura da Sociedade Unipessoal de Advocacia, que é equivalente ao Microempreendedor Individual (MEI) em outros setores.

Dessa forma, a uberização já está presente na advocacia e é amparada pela legislação, muitas vezes sem deixar espaço para o reconhecimento de vínculos empregatícios.

arte de ebook de meios de produção na advocacia

Escritório Digital como alternativa à Uberização na advocacia

Há uma movimentação imensa de advogados em direção à advocacia do autor, em defesa da população.

Profissionais do mundo jurídico tem buscado se organizar e prospectar clientes, de forma mais barata e democrática, inclusive por meio das redes sociais. 

A capacitação especializada e a abordagem correta possibilitam a contratação direta de advogados, sem a necessidade de recorrer a grandes escritórios, para lidar com casos complexos que envolvem honorários significativos. 

Isso permite manter uma estrutura de custos eficiente por meio de um modelo de Escritório Digital.
Sendo assim, a colaboração entre esses profissionais por meio de plataformas de trabalho coletivo e remoto, como a ADVBOX, tem ampliado ainda mais a influência da advocacia digital, emergindo como uma alternativa à tendência de uberização na advocacia.

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