documento e balança sobre a mesa empreendedorismo jurídico
Gestão na advocacia

Guia completo sobre empreendedorismo jurídico!

Quem deseja atuar na advocacia e obter êxito precisa saber de empreendedorismo jurídico. Isso não diz respeito somente aos que desejam abrir legaltechs e outros tipos de empresas no ramo do Direito. Acima de tudo, o tema é importante principalmente para os advogados que desejam se destacar no mercado.

Infelizmente, esse assunto não é ensinado em faculdades. A quantidade de cursos nessa esfera também poderia ser maior. No entanto, é possível aprender e se tornar um bom empreendedor na advocacia.

Acompanhe a leitura, entenda o que é empreendedorismo jurídico e veja dicas para se tornar um empreendedor na advocacia!

O que é empreendedorismo jurídico?

Antes de mais nada é fundamental compreender do que se trata o empreendedorismo.

Empreendedorismo é o ato de planejar um modelo de negócio e implementá-lo na prática, podendo ser desde um pequeno comércio até a criação de uma grande corporação.

Contudo, no caso do empreendedorismo jurídico, o planejamento de um modelo de negócio se restringe à área jurídica, focando em lawtechs, legaltechs, startups ou escritórios de advocacia. 

Aqui, os advogados empreendedores podem ocupar a função de gestão. Ainda, o lucro obtido poderá ser pela prestação de serviços jurídicos ou venda de produtos relacionados à área. 

O empreendedorismo jurídico, então, é uma maneira diferenciada de olhar a advocacia. Com ela, o profissional passa a enxergar-se não apenas como um mero prestador de serviços, mas como um dono de um negócio ou empresa que precisa ser gerenciada, assim como qualquer outra. 

Como empreender no mundo jurídico?

Conforme notícia divulgada pela OAB-RJ, o Brasil é o terceiro país com mais advogados no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia. O país tem mais de um milhão de advogados. Há dados que demonstram que para cada 322 habitantes, existe um profissional do Direito.

advogada olhando para frente segurando computador sobreposta por lista de características sobre empreendedorismo jurídico

Diante desse cenário, é normal pensar que a advocacia está altamente saturada. Embora exista uma quantidade imensa de profissionais formados, a verdade é que poucos estão realmente preparados para viver da advocacia

Na prática, há muitos que não sabem como se destacar. Ademais, existe uma grande quantidade de profissionais medianos e generalistas. Essa realidade existe porque muitos não estudaram o mercado para entender o que ele demanda. 

Nesse sentido, investir em conhecimento relacionado ao empreendedorismo jurídico lhe ajudará a se destacar e ganhar o espaço que os demais não conseguem

Para ser um bom empreendedor na advocacia, é preciso ter conhecimento em diversos assuntos, como: gestão de escritório, administração, marketing, dentre outros.

Ademais, é preciso ter o costume de aprender constantemente, saber fazer negociações, ter noções de finanças, resiliência, paciência, saber fazer a gestão de pessoas, estudar o mercado, desenvolver habilidades comerciais, aprimorar o pensamento analítico, dentre outros. 

Isso porque gerenciar um escritório de advocacia é muito semelhante ao gerenciamento de uma empresa. Diariamente, o profissional enfrenta diversos obstáculos para crescer e alcançar seus objetivos, assim como qualquer outro negócio. 

Contudo, grande parte dos advogados sequer sabem disso, realizando essa gestão com base em suposições, conhecimento defasado e até de forma intuitiva. 

O conhecimento em empreendedorismo jurídico dará a base e o conhecimento necessário para o advogado conseguir administrar seu escritório de forma eficiente. Por esse motivo, ele é essencial para todos que desejam ter sucesso em sua vida profissional na advocacia.

Como ser empreendedor na advocacia?

Muitos cursos de Direito erram em ensinar a advocacia como um mero serviço. Assim, o profissional se forma com o pensamento de que ela se resume à prestação de serviços jurídicos. Ademais, grande parcela de advogados atuam como empregados e/ou trabalhadores de um escritório.

No entanto, o dono de um escritório precisa enxergar a advocacia como um empreendimento. É fundamental que ele tenha essa visão de empresário em relação ao seu negócio, dando a devida importância para questões que prestadores de serviços e trabalhadores autônomos não observam.

O que difere o advogado com mentalidade de empresário daquele autônomo é justamente a forma como cada um vê o seu negócio.

Enquanto este último dá ênfase apenas em seus serviços, o primeiro pensa no seu escritório com um empreendimento e foca em questões como: gestão, escalabilidade, dentre outros. 

É importante diferenciar e deixar claro que o profissional que advoga sozinho, sem formar uma sociedade ou ter um plano de negócios não é um empreendedor, apenas um autônomo. 

O empreendedorismo exige muito mais do advogado, fazendo com que seja necessário delegar funções e contar com a colaboração de outras pessoas, principalmente de áreas distintas. 

É possível ser advogado e empresário?

Uma dúvida comum que pode surgir entre os advogados é se eles podem ser empresários no Brasil. 

Antes de tudo, é preciso lembrar que o advogado não pode ser Microempreendedor Individual – MEI. Isso porque os serviços advocatícios não estão no rol de atividades permitidas para essa categoria.

Em questões empresariais, o advogado autônomo pode configurar a sua empresa como uma Sociedade Unipessoal de Advocacia (SUA) ou como EIRELI. O SUA, inclusive, se parece com o MEI em alguns aspectos. 

Em ambos os casos – EIRELI e SUA – o profissional pode aderir ao Simples Nacional, um dos regimes simplificados de tributação que muitas companhias utilizam. O Simples pode oferecer diversas vantagens no pagamento de impostos e na concessão de crédito, por exemplo. 

Qual o objetivo do negócio jurídico?

É importante frisar que o negócio jurídico terá como objetivo o que o empreendedor jurídico espera dele.

O advogado que adere ao empreendedorismo jurídico deve ser proativo, curioso e ter vontade de aprender. O empreendedor jurídico deve ser atualizado, aberto a novas tecnologias e buscar o aprendizado constante.

Ressalta-se que é preciso ser atualizado não apenas à sua área de atuação, mas principalmente às tecnologias utilizadas na atualidade, principalmente pelo fato de que a advocacia foi impactada pelas transformações digitais. 

Ademais, o empreendedorismo jurídico exige que o advogado trabalhe com dados, tenha pensamento analítico e saiba lidar com metas, definição e análise de métricas, dentre outras questões.

Outro aspecto importante é ser aberto às inovações e às contribuições que outras áreas podem trazer para o Direito. Por exemplo, o marketing jurídico é uma ferramenta essencial para o advogado empreendedor, pois ele utilizará do conhecimento dessa esfera para atrair pessoas ao seu escritório.

O advogado adepto ao empreendedorismo jurídico está sempre à frente dos profissionais que não buscam esse aprimoramento. Enquanto o jurista empreendedor já utiliza tecnologias e modelos inovadores de gestão, por exemplo, o tradicional ainda teima em realizar processos de forma manual ou antiquada. 

O empreendedor jurídico, então, é um profissional com uma visão inovadora, que busca constantemente formas de melhorar o seu negócio.

Como empreender na área da advocacia?

Existem diversas vantagens do empreendedorismo jurídico que podem ser abordadas. Quem adere a isso consegue excelência profissional, ganhos melhores e otimização do trabalho, por exemplo. 

Isso porque os conhecimentos adquiridos auxiliam o profissional a obter uma melhor performance, determinando o que é importante para a sua advocacia e o que apenas toma tempo e dinheiro. No entanto, essa não é a única vantagem. Veja abaixo outros benefícios que devem ser considerados.

1. O empreendedorismo jurídico melhora a capacidade de adaptação

O profissional adepto do empreendedorismo jurídico consegue se preparar para atender as demandas do mercado e prever tendências para poder se adaptar no futuro, caso seja necessário. 

Muitos escritórios são bem sucedidos atualmente porque souberam se adaptar às novas tecnologias e às demandas do mercado. 

2. O empreendedorismo jurídico também aumenta o conhecimento

Conhecimento nunca é demais e pode ser valioso em diversos momentos. O empreendedor jurídico precisa agir e tirar os planos idealizados do papel, o que o tira de sua zona de conforto. 

A constante busca pelo conhecimento alinhado à prática e os testes faz com que o profissional ganhe experiência conforme o tempo.

3. Além disso, o empreendedorismo jurídico ajuda a conhecer novas pessoas

O empreendedorismo jurídico faz o profissional ter contato com pessoas proativas, dinâmicas e com conhecimentos diversos que podem auxiliar o seu negócio. Assim, o advogado acaba conhecendo pessoas de nichos diferentes, o que permite ampliar o networking e aumentar a troca de conhecimento. 

4. Contribui para o escritório se destacar no mercado

Por ter uma visão de negócios, o profissional consegue traçar estratégias para tornar o seu escritório forte e bem visto no mercado. 

5. O empreendedorismo jurídico facilita o contato com as tendências

A transformação digital já é uma realidade. Contudo, as tecnologias mudam a todo instante. O advogado empreendedor tem contato constante com essas inovações, o que também contribui para a sua capacidade de adaptação às novidades. 

Veja também: 

6. Otimiza a execução de serviços

Uma visão de negócios permite buscar a excelência no negócio. Com isso, os serviços prestados e os processos internos executados no escritório podem ser aprimorados.

Nesse sentido, o trabalho dos colaboradores e do próprio advogado empreendedor pode ser reduzido e otimizado, contribuindo para o aumento da produtividade

Isso traz resultados positivos, como: melhora na execução de tarefas, satisfação pessoal, redução do estresse e melhora no bem-estar dos indivíduos. 

Confira abaixo um vídeo sobre como você pode melhorar a produtividade e a importância de adotar um método de produtividade no seu escritório de advocacia!

7. Melhora o controle financeiro

Como a gestão é uma das partes mais importantes no momento de lidar com uma empresa, torna-se possível prever problemas e momentos de inovação e investimentos. Além disso, o controle financeiro passa a ser feito de forma muito mais eficiente.

8. O empreendedorismo jurídico também melhora a relação com o cliente

O empreendedor deve estudar o mercado, a sua persona e entender os desejos dela. Desse modo, ele pode planejar ações para conquistar o cliente, aumentar a satisfação dele com o escritório e mantê-lo fiel ao seu negócio.

Qual é a desvantagem de ser advogado?

Por outro lado, existem certas dificuldades. Apostar no empreendedorismo exige muito estudo, esforço, planejamento e execução. Sendo assim, o profissional precisa estar preparado emocionalmente e ser maduro para entender que nada acontece rapidamente. 

No entanto, essa não é a maior dificuldade de empreender na advocacia. Veja abaixo dois obstáculos que dificultam o empreendedorismo jurídico.

1. Formação antiquada

Conforme comentado previamente, o empreendedorismo jurídico não faz parte da grade das faculdades e universidades de Direito. Ademais, poucos podem ser os cursos que abordam o tema de forma completa. 

Sendo assim, o conhecimento para empreender na esfera jurídica pode ser prejudicado, tendo em vista que o profissional tem que buscar estudos em diversas fontes e áreas de formação, sendo necessário um amplo investimento de tempo.

2. Mercado conservador

Um dos maiores obstáculos para o empreendedorismo jurídico é o conservadorismo existente no mercado. A mentalidade de muitos advogados é conservadora, fazendo com que se apeguem à técnicas tradicionais e antiquadas para advogar

Existem profissionais que teimam em não aceitar a inovação. Contudo, é possível observar que quem não se adapta às novas tecnologias está cavando a própria cova.

Quanto ganha um advogado empreendedor?

A resposta para essa questão pode variar muito, portanto é importante saber qual o perfil de um advogado empreendedor antes de se arriscar nessa seara.

Para ser um advogado empreendedor de sucesso, abrir um escritório que seja promissor e tenha escalabilidade, é preciso se planejar com antecedência. O primeiro passo é buscar conhecimento, como você já está fazendo. 

O empreendedorismo jurídico exige conhecimentos em gestão, finanças e das inovações, principalmente tecnológicas. Ademais, é preciso ter sabedoria, pois muitas coisas dependerão de tirar a ideia do papel e executá-las, fazendo testes e tendo aprendizados com eles. 

Para facilitar o entendimento, veja abaixo como iniciar no empreendedorismo jurídico!

1. Seja proativo

O primeiro passo é ser proativo, isto é, agir para executar os seus planos. Não pense que os clientes chegarão até você porque a sua ideia é excelente e inovadora. Você deverá ter uma postura ativa e fazer com que eles cheguem até você. 

Seja visionário e enxergue a advocacia de forma diferente. Esqueça que o advogado é um profissional que presta serviços.

Pense que você oferece uma solução única e diferenciada para os seus clientes. Nesse sentido, realize um estudo do mercado e busque desde o início alguma maneira de se diferenciar da concorrência

2. Faça um planejamento

Fazer um planejamento para definir missão, visão e valores, bem como posicionamento de mercado, metas, objetivos, investimento inicial, serviços que serão oferecidos, áreas de atuação, dentre outros aspectos, é primordial. 

Sem um planejamento adequado e completo, fica difícil definir o seu negócio e se posicionar no mercado. Para realizá-lo, pense em respostas para perguntas como:

  • O que desejo com o meu escritório?
  • Quanto posso investir no meu negócio?
  • O que eu desejo para o futuro da minha carreira?
  • Quais são as áreas jurídicas que meu escritório atuará?
  • Quais são os pontos fortes e fracos do meu escritório?
  • Qual é o meu diferencial?
  • Como as pessoas me enxergam no mercado?
  • Quantos clientes ativos eu tenho?
  • Quantas ferramentas tecnológicas o meu escritório possui?
  • Como é feito o atendimento ao cliente?
  • Como está a estrutura digital do meu escritório?
  • As minhas ferramentas estão atualizadas?
  • As estratégias de marketing implementadas estão atraindo os clientes?
  • Como são tratados os dados dos clientes e do escritório?
  • Os procedimentos internos são eficientes?
  • Quanto tempo um colaborador gasta para realizar uma tarefa?
  • As parcerias que desejo desenvolver realmente podem agregar?

Essas são apenas algumas das questões que podem ser feitas para coletar informações e traçar um planejamento de ação. Tenha em mente que diversos aspectos devem ser pensados para tornar o plano ainda mais completo. 

Busque identificar os problemas e as oportunidades e pense em soluções. Defina um plano e as metas para buscar os resultados que você pretende. Lembre-se de ter foco e não desviar de seus objetivos!

O que é tecnologia em empreendedorismo?

As novas tecnologias se tornaram essenciais para o empreendedorismo jurídico.

Se antes os profissionais precisavam fazer tudo de forma manual e dependiam da publicidade offline para divulgar o seu escritório, agora é possível delegar atividades para a máquina e realizar estratégias mais focadas e inteligentes de marketing digital

O avanço da internet possibilitou ao profissional entregar conteúdos e ter uma presença forte nas redes sociais. Ademais, as novas tecnologias trouxeram a possibilidade de criar escritórios digitais para fortalecer o físico ou até atuar de forma 100% remota. 

Essas inovações possibilitaram realizar a gestão por meio de uma plataforma eficiente, bem como prestar os serviços sem que o cliente precise se deslocar até o escritório físico. 

Isso se tornou possível graças a inovações como Inteligência Artificial, Big Data, Blockchain, Internet das Coisas e ferramentas específicas para escritórios de advocacia, como os softwares jurídicos

Perguntas frequentes

Veja abaixo algumas perguntas frequentes sobre empreendedorismo jurídico!

1. Como fazer empreendedorismo jurídico?

Para empreender no ramo jurídico, o recomendado é primeiro estudar o mercado e fazer um planejamento para colocar em prática as ideias que você deseja implementar no seu escritório de advocacia.

2. O que é advogado empreendedor?

O advogado empreendedor é aquele que planeja o seu negócio próprio dentro do ramo da advocacia, mas realiza um planejamento e trata o seu escritório como uma empresa, buscando conhecimento e meios de implementar a gestão, controle financeiro, dentre outros aspectos. 

3. Quais os desafios e perspectivas do empreendedorismo jurídico?

Os maiores desafios do empreendedorismo jurídico está em analisar o mercado de forma completa para poder traçar um plano de ação.

Montar um plano de negócios definindo nichos de atuação, metas, utilização dos recursos financeiros, investimentos, tecnologias importantes e uma estratégia para atrair o cliente é muito desafiador. 

Contudo, ao realizar um planejamento e segui-lo com foco, a perspectiva é que os resultados sejam positivos no decorrer do tempo. 

4. Como o advogado pode empreender?

O advogado pode empreender de diversas maneiras, como: abrindo um escritório de advocacia, planejando um serviço ou produto na área, abrindo uma startup, lawtech ou legaltech para oferecer soluções para outros advogados, dentre diversas outras alternativas. 

O empreendedorismo jurídico é a solução que o advogado precisa para se reinventar e se destacar em um mercado altamente competitivo. 

Ao se tornar um advogado empreendedor, o profissional consegue enxergar o seu negócio de uma maneira mais promissora, contribuindo para pensar em soluções para torná-lo escalável. Portanto, aposte no empreendedorismo jurídico e veja o seu escritório crescer!

Aproveite e veja um último conteúdo! Confira 4 estratégias para captar mais clientes no momento de fechar contratos!

Escritório online: Mulher sorrindo e apontando para letriero de teste gratuito
Autor
Conteudos Jurídicos

A ADVBOX conta com os maiores especialistas do mercado para produzir os conteúdo mais completos sobre o mercado jurídico, tecnologia e advocacia.

Postagens Relacionadas